Mais que Bullying, um extremo caso de Gordofobia
- Orgulho GG
- 28 de jun. de 2018
- 3 min de leitura
Por Jéssica Lourenzo
A jovem Dielly Santos de apenas 17 anos, não conseguiu conviver com tanta discriminação e todo desprezo que sofria diariamente no colégio que estudava, em Icoaraci, no Pará. No dia 16 de maio, a adolescente foi encontrada morta no banheiro. “Enforcamento”, apontam os laudos policiais.
Vítima de bullying e gordofobia, ela sofria deboches e comentários maldosos referente ao seu peso, era comum estar caminhando e ouvir chacotas, gargalhadas e comentários maldosos como: "lixo, porca, imunda", por seus colegas; segundo amigos, acabou suicidando-se por "não aguentar mais brincadeiras de mau gosto".
Familiares relataram que Dielly tentava desesperadamente emagrecer, para que seus colegas parassem de fazer piadas sobre sua aparência.
É inacreditável como mesmo após a morte da garota, pessoas taxadas de seres humanos continuaram com ofensas em posts que relatavam o falecimento de Dielly nas redes sociais. Diversos comentários maldosos e sem escrúpulos, denegrindo sua imagem.

Extremo caso de Gordofobia
Bullying
"Palavra utilizada para descrever atos de violência física ou psicológica intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo ou grupo de indivíduos, causando dor e angústia e sendo executadas dentro de uma relação desigual de poder."
Gordofobia
"É uma forma de discriminação estruturada e disseminada nos mais variados contextos socioculturais e consiste na desvalorização e hostilização de pessoas obesas e seus corpos."
O bullying é um problema mundial, onde infelizmente acaba gerando depressão e em alguns casos, como o de Dielly levando ao suicídio. Porém podemos afirmar que o motivo de seu desespero fôra além do bullying, mas especificamente atos de gordofobia, que reforçam estereótipos e impõem às vítimas a situações degradantes.
Algumas atualizações
O número de pessoas que vivem com depressão, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), tem aumentado em 18%, entre 2005 e 2015. A estimativa é que, atualmente, mais de 300 milhões de pessoas de todas as idades sofram com a doença em todo o mundo.
O quadro de diminuição de autoestima, tristeza, desânimo e perda cognitiva é resultado de alterações nos neurotransmissores. “Então, a pessoa fica mais lenta nas reações emocionais, no sono, no peso que pode alterar para mais ou para menos. Uma infinidade de sintomas vai expor o quadro depressivo”, conta Alexandrina Meleiro, coordenadora da Comissão de Estudo e Prevenção ao Suicídio da Associação Brasileira de Psiquiatria.
Percebemos que o bullying, a gordofobia, a depressão e o suicídio estão interligados, porém nem toda pessoa que sofre bullying tem depressão e nem toda pessoa que sofre com depressão torna-se um suicida; para ajudar a combater tais manifestos, existem diversas formas, como procurar profissionais de saúde mental, e também para quem sente-se inibido, existe o CVV (Centro de Valorização da Vida) que realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo de forma voluntária e gratuita todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone, e-mail, chat e voip 24 horas todos os dias.
Onde este mundo irá chegar?
Paramos então para pensar onde este mundo irá chegar. Pois mesmo depois que uma adolescente é morta, vítima de gordofobia, tais energúmenos continuam fazendo brincadeiras de mau gosto e tendo ações desumanas referente a sua morte, com atos dos quais fez ela morrer.
Visualizamos então que está crescendo cada vez mais o numero de pessoas com baixa autoestima, pessoas com intuito de se suicidarem, de jogar tudo para o alto e acabar de vez com toda dor e angustia. Sofrimento este causado pela própria sociedade, que infelizmente impõe estereótipos de beleza; vale ressaltar que os adolescentes sentem este tipo de imposição de forma mais intensa; por isso é de suma importância que os pais fiquem atentos a qualquer mudança de humor de seus filhos.
Diga não a gordofobia e sim ao amor.
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